domingo, 13 de junho de 2010

A vida é um perfume

No terceiro dia do FETISM o grupo Teatro Camaleão trouxe a celebração à vida ao palco do TUI, com a peça Uma Estória Abensonhada. O comerciante Mohamed Pangi Pathel comemora o casamento de seu filho com uma festa que, aparentemente, é uma celebração de alegria. Mas não é só isso.


O velho Pathel no banco da praça


A linha de tempo do conto A praça dos deuses do escritor moçambicano Mia Couto carrega em seu desenvolvimento diversas personagens encarnadas pelos atores Eduardo Colombo, Luciana Oliveira e Valéria Minussi. Durante a apresentação foram mostradas pessoas diferentes em corpos iguais através da técnica de mímesis corpórea.

Dentro do palco marcado com fita e coberto com pétalas de rosa, as personagens entravam e saiam de cena para contar a história do velho comerciante que via a vida como perfume. Sabendo que seu perfume se dissipava, aproveitou o casamento do filho para desapegar das coisas materiais e se despedir de seus queridos da forma menos drástica.

Após a apresentação ocorreu o debate entre os artistas, integrantes da produção do espetáculo e o público. A platéia questionou sobre a composição da peça e como os atores procederam na criação de suas imitações baseadas em pessoas as quais eles viram algo de interessante. Cada um explicou didaticamente a importância de suas escolhas para falar de pequenas coisas que acontecem no cotidiano.


O momento em que Mohamed Pangi Pathel fica sabendo que seu filho vai casar

Uma Estória Abensonhada tem direção de Eduardo Okamoto e Gabriela Amado como assistente de direção. O Grupo Teatro Camaleão está em excursão apresentando o espetáculo em algumas capitais do país, passaram por Belém, Natal e após a apresentação no FETISM seguem para apresentações em Belo Horizonte e Porto Alegre.


Texto: Rodrigo Ricordi
Fotos: Nathália Schneider

2 comentários:

  1. Estória Abensonhada, tem um texto e teve uma apresentação abençoada. Muito boa mesmo! Com o uso da mímese,duas atrizes e um ator foram capazes de produzir o efeito de festa numa praça, com centenas de pessoas. Pouco cenário e muito recurso do corpo e de sons. A praça, com o povo em festa. Comovente enredo, em que a generosidade de um homem, que banca a festa, aberta à multidão, é a satisfação de um desejo grande de um mundo fraterno. Para mim, me comoveu, o despojar-se, o tornar-se nú e transformar a praça na sua morada. A praça ocupada pela vida, pela diversidade, pela festa e pela alegria, é uma idéia luminosa. Ótimos atores, ótimo grupo de trabalho. Abrir para o debate também é uma grande e democrática sacada. Oportunidade para os leig0s e não leigos aprenderem. Parabéns aos organizadores do FETISM. Viva o FETISM.

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  2. Eu sou um dos leigos que aprendeu um pouco com essa peça.. hehe

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