sábado, 19 de junho de 2010

No puedo ser feliz

Entre gargalhadas e lágrimas nos olhos, o público que compareceu ao espetáculo “Maldito Coração: me alegras que tu sofras” foi contagiado com a personalidade polarizada da personagem do monólogo. A peça, do Grupo Teatral (de Porto Alegre), já coleciona catorze anos de apresentação pelo Brasil e América Latina e comoveu sua 110ª plateia nesta sexta-feira(18), no Theatro Treze de Maio.

                       Comovente e carismática, personagem conta seus segredos abertamente ao público.




À primeira vista, o que se enxerga no palco é uma mulher de meia idade frustrada com uma relação amorosa do passado, contando e salpicando sua história com detalhes de sua própria imaginação. Porém, à medida que ela começa a perder o controle e alternar seu estado emocional entre alegre, furiosa e melancólica, o espectador passa a entender quem é essa mulher que se desnuda à sua frente de forma tão carismática e familiar.

Familiar porque ela expõe de forma tragicômica seus pensamentos mais íntimos e suas sensações mais humanas, aquilo que não se divide com ninguém e é preferível ignorar. Sua história, inventada ou não, muitas vezes se cruza com a história pessoal de quem assiste ao espetáculo, provocando a identificação, a comoção e, consequentemente, a empatia do público.

                                      Espetáculo mistura momentos de humor e tragédia.



Apesar de pairar sobre o espetáculo uma tristeza latente de amor que não deu certo, pode-se dizer que grande parte do espetáculo é composta por cenas engraçadas, que arrancam risadas do público, mesmo quando este não sabe se é para rir ou para chorar. É a tragicomédia da vida e das relações humanas: ora traz felicidade, ora traz melancolia. O que permanece é o vício emocional para que se continue sempre em busca do idealizado. “No puedo ser feliz”, já cantava a trilha sonora no início do espetáculo.




Texto: Gabriela Loureiro
Fotos: Nathália Schneider

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